quinta-feira, 11 de junho de 2009

A coisa certa a fazer.


Por mais que doa, aquilo que é certo deve ser feito. Mas será o correto é o que devemos fazer?


Sacou a arma da gaveta.
Sentia o sangue pulsar entre os dedos pressionados na coronha. A respiração estava irregular e sabia que, àquela altura, poderia perder o controle, porém tinha de fazer aquilo. O velho ainda permanecia na sala, o olhar distante.Reuniu toda sua coragem e entrou na sala rapidamente. Fechou os olhos, tentando não ver o que fazia, e apertou o gatilho. Ouviu o som da arma e o barulho da cabeça do pobre homem estourando. Ainda de olhos fechados, virou as costas para a cena sangrenta. Apenas torcia para que aquilo resolvesse tudo de vez. Mas, no fundo, sabia que era uma esperança tola, pois aquele monstro nunca seria vencido tão facilmente e as maldades praticadas por ele não podiam ser esquecidas. Isso acontece apenas nos filmes. Na realidade, a luta é eterna e sangrenta. Deixou a arma cair ao chão assim que sentiu as primeiras lágrimas escorrendo pelo rosto quente de suor.
Não tivera alternativa, mas mesmo assim sabia que jamais iria se perdoar por isso. Por matar o próprio pai. Mesmo aquilo sendo a coisa certa a fazer.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Riscos.

Rindo corremos o risco de parecermos idiotas.
Chorando corremos o risco de parecermos sentimentais.
Amando corremos o risco de não sermos correspondidos.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas o que seria da vida sem os riscos que tomamos. Não correr riscos pode te livrar de dores e decepções, mas o maior perigo é nunca arriscar nada. Seja livre. Pois somente aquele que se arrisca é livre.

domingo, 7 de junho de 2009

Refúgio


Ela olhava ao redor. Tentava encontrar um sentido. Uma razão para olhar para os lados e ver apenas semblantes apagados que apontavam com seus dedos tortos as nossas faces. Ela não queria limitar-se aquelas cores neutras que víamos. Ela queria sair, queria mais. E eu não tinha o que era preciso, e também não podia vê-la partir sozinha, vê-la sorrir em algum lugar do qual nunca sorrimos juntos. Porém não podia prendê-la aquela vida. Ela não necessitava de mim, eu que precisava dela. Dependia do seu geito doentio de rir das coisas, precisava dos sorrisos encantadores, precisava do consolo para as dores. Eu apenas observava tudo aquilo, sentado ao lado dela, esperando que ela encontrasse a saída do nosso mundo. Por mais que doesse, eu tentava me despedir. Mas nem meus últimos fragmentos de força me fizeram levantar. Eu apenas olhava pra ela sabendo que um dia ela encontraria o que procurava. E eu ficaria aqui, só, sem meu único refúgio.