
Por mais que doa, aquilo que é certo deve ser feito. Mas será o correto é o que devemos fazer?
Sacou a arma da gaveta.
Sentia o sangue pulsar entre os dedos pressionados na coronha. A respiração estava irregular e sabia que, àquela altura, poderia perder o controle, porém tinha de fazer aquilo. O velho ainda permanecia na sala, o olhar distante.Reuniu toda sua coragem e entrou na sala rapidamente. Fechou os olhos, tentando não ver o que fazia, e apertou o gatilho. Ouviu o som da arma e o barulho da cabeça do pobre homem estourando. Ainda de olhos fechados, virou as costas para a cena sangrenta. Apenas torcia para que aquilo resolvesse tudo de vez. Mas, no fundo, sabia que era uma esperança tola, pois aquele monstro nunca seria vencido tão facilmente e as maldades praticadas por ele não podiam ser esquecidas. Isso acontece apenas nos filmes. Na realidade, a luta é eterna e sangrenta. Deixou a arma cair ao chão assim que sentiu as primeiras lágrimas escorrendo pelo rosto quente de suor.
Não tivera alternativa, mas mesmo assim sabia que jamais iria se perdoar por isso. Por matar o próprio pai. Mesmo aquilo sendo a coisa certa a fazer.